Pois é esse tal de 2008 chegou. E ás cinco horas desse novo ano eu estava dentro de um carro rumo as marretadas do trampo.
Pelo menos restava o consolo de essa ser a última vez que iria encarar essa rotina , escolhida a mais de um ano atrás. Escolha essa consciente , meio que um trabalho de campo sociológico altamente bem remunerado , mais do que uma capes pagaria seu tivesse um pós-doutorado em alguma instituição americana.
Agora entendo pq que os operários não romperam os seus grilhões… Nenhuma teoria política poderia ter me ensinado isso, aliás nenhuma têm a clareza de um dia inteiro de labuta debaixo de um sol cáustico com fluido de perfuração (apelidado de lama) por todo o corpo e a adrenalina nas alturas por que se alguma coisa der errado vc têm que correr… A única coisa que vc pensa nessa hora é que não quer seu filho naquelas condições e torce para que o dia acabe logo.
O tempo que sobra o alcool e as putas em doses e performances cavalares, consomem. Não dá tempo para pensar em revolução.
Não saí de lá pq quero fazer , quero pensar nessa tal revolução. Acho q a opção foi mesmo de ficar mais descansado , de exercer algo menos braçal.
No fundo eu acabei virando, incorporando mesmo um operário… Um operário é acima de tudo um sobrevivente e o que ele quer sempre é trabalhar menos , ficar no ócio, sair o máximo possível da rotina laboral. Ele mais do que ninguém sabe que o trabalho é algo ruim que mata ele homeopaticamente a cada início-fim de jornada.
Entretanto por saber que ele não é nenhum Nababo ele continua a trabalhar …