Esse é mais um dos posts sobre a Arcade Fire. Pensei que não escreveria nada depois de Neon Bible, afinal aquele para mim é um álbum muito especial, bem feito e acima de tudo extremamente corajoso.
Mas não é que esse novo trabalho deles,The Suburbs (Merge Records, 2010) , é também tão bom quanto o disco anterior.
Apesar de mudanças na sonoridade característica da banda (estão mais acessíveis) músicas como Suburban War, Deep Blue e We Used to Wait, são daquele tipo que a gente para e fica ouvindo e se deliciando com as intricadas melodias criadas por Win e Régine. Enfim, apesar de parecer mais pop, a essência continua presente, mas somente percebe-se isso escutando o disco como se ele fosse constituído de uma única música com mais ou menos 60 minutos.
Essa é a grande mágica desse álbum !
Tipo de música que a gente associa a algum acontecimento intenso na nossa vida, de entender que geralmente as nossas lembranças de uma época passada são melhores do que a época em que vivemos, esse tédio modorrento que temos que aguentar, que nos agarra em cada esquina em cada formulário que preenchemos, etc. Otimismo e desilusão em simbiose, esse é o hino desse trabalho.
Chato esse lance da mídia especializada ficar comparando o álbum com o Ok Computer do Radiohead.
Épocas diferente, composições diferentes, etc. Apenas para gerar um pouquinho de polêmica e aumentar a audiência dos respectivos sites.
Uma pena foi que eu não assisti o show , via live streamming é claro, do lançamento do álbum no Madison Square Garden.
PS: Experimentem correr ouvindo esse disco. É uma delícia ouvir essa obra-prima enquanto fazemos um cooper pela Ladeira da Barra (abaixo), no Dique do Tororó, etc.