Ônibus e as cabeças flamejantes em uma manhã chuvosa em Salvador
De dentro desse ônibus
Tento a solidariedade de imaginar
Quantos sonhos, quantas falhas, todos os amores
Tudo, um pouco ou quase nada
Do que existe nas cabeças lá fora.
Ahh! E que mar sem fim é
O baleiro, a puta, o executivo
E todos,
Sem exceções e com zero vírgula zero de bom mocismo,
No limite das suas cabeças flamejantes em fogo brando
No limite dos seus devaneios fulgurares em si
Na justificação dos seus atos atabalhoados
Nas suas paixões coléricas e quixotescas,
Em toda essa lama, que no fundo é nosso “El Dorado”.
Certos, corretos
Avante.