Domingo e suas diatribes pessoais.

Hoje é um Domingo de sol. 

Aliás bem bonito e por isso mesmo, quero tentar acelerar algumas leituras. Desejo também tocar a infraestrutura dos projetos que quero implementar este ano.

Como sempre em muita coisa envolvo-me, meto o meu bedelho, necessito de respostas, de construir a minha opinião para saber que raio gama que estou projetando por aí.

E creio que  a gente consegue este intento dialogando com pessoas e suas ideias. Por isso pessoal vamos aprender a ler criticamente uma obra. Veja que não sou contra o encantamento perante uma obra, não é isso.

Estou apenas lembrando que não devemos nos perder somente nesta seara.

Devemos, inclusive em sinal de dignidade para quem sentou o rabo em algum banco de madeira e teceu determinadas linhas, que o ato de compreender, no sentido Arendtiano do termo,  as palavras construídas naquele meio material que chamamos de livro (muito embora os pdf’s povoem mais e mais a nossa estrada) é uma forma de afirmar que a ideia ali foi realizada por um ser de carne e osso, por isso passível de erro histórico, conceitual, etc.

E por isso mesmo a importância de ler apaixonadamente mas também logicamente, correlacionando com as  circunstâncias do momento histórico que a obra foi construída e como ela colabora com o nosso pensar.

É assim que vamos sambando e andando sem a ajuda de corrimão… Eita que só dá Arendt neste opúsculo textinho né meu povinho 😉

E existem pessoas que acham que faço tipo, como se fosse um pseudo engodo de aspirante a membro da inteligência soteropolitana (existe isso mesmo?) e que não abro nem um livro sequer… Que faço isso para comer as menininhas ou alguma incauta que gosta de nababos intelectuais e tropicais.

Fazer o que né 😉

Devo ser algum tipo estranho de gente, gente que nem a minha vizinha que, mais cedo, estava masturbando o cachorrinho dela.

Sou um tipo de ser humano que gasta 40% do salário com livros e coloca eles na mesa da sala e tira fotinhas e publica no facebook.

Esse é o mal de publicizar as nossas ações em prol da ideia de contaminação, de arrastar outras e outros para uma outra experiência do viver, fortalecer os e as misantropos …

Mas há hienas vorazes por acolá 😉

Sim mas as obras de hoje serão essas:

  • algumas páginas de “Morte e vida das grandes cidades” da Jane Jacobs,

  • terminar “Confiança e medo na cidade” do Bauman,

  • adentrar ainda mais no miolo do excelente “Duplo e a metamorfose” da Monique Augras,

  • pelo menos o primeiro capítulo do “Cidade Modernista” e também “Cidadania insurgente” ambos do James Holston.

  • alguma coisa do Proudhon, acho que o texto do Jean Bacal. Há algo também lindamente escrito que pode servir para se entenda a complexidade de Proudhon.

  • vinte páginas da bíblia da Ostrom, “El gobierno de los bienes comunes”. Aqui uma ótima resenha.

  • continuar “A condição humana” da Arendt,

  • e iniciar “Bela Baderna” a edição pocket feita pela Escola de Ativismo, “Espaço urbano e inclusão social” do Ricardo Gaspar e também “O espaço público na cidade contemporânea” do Angelo Serpa.

A priore pode parecer meio louco ler tantas obras diferentes e tecidas por
autores e autoras conservadores, anarquistas, autonomistas, marxistas, etc…

Enfim, é que eu fiz há quase 4 anos atrás uma pergunta difícil e até hoje tento responder essa pergunta construindo um sistema de pensamento que desemboque em uma práxis para além do mimimi esquerdista de sempre.

E repito o que sempre coloco por aqui, não sou esquerda nem tampouco direita. Sou anarquista graças a Olodunmarè.

Aliás, parafraseando a Hannah Arendt:

“Não me encaixo”

 
Creio que essa que deve ser a contribuição daqueles e daquelas que se dizem ácratas:

construir com os debaixo e assim induzir respostas as demandas de curto,
médio e longo prazo, vivendo o agora, comendo o bolo agorinha mas não esquecendo que não há esperança dentro desse sistema excludente chamado capitalismo.

Para essa ação, que não é algo simples, fundamental na minha crença é o fomento a existência de espaços de troca internos e externos que trabalhem em proveito do comum e do comunal.


E avançando, poderíamos pensar que é  a liberdade das ações geradas neste espaços que lapida aos poucos, de grão em grão, outros tipos de relações sociais e um outro sujeito histórico, ciente das suas arugas e das potencialidades que uma vida comunal poderia gerar apesar dos esforços necessários a sua manutenção diária.

E óbvio que pararei para rezar meus orixás e também para ouvir e ver alguma coisa perdida no winchester.

Temos que ser leves e sem muitas amarras pois a corda é fina e pode partir na nossas fuças.

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