É incrível como o “de fora”, aquilo que não necessariamente encontra-se no espaço íntimo, trespassa as nossas existências.
Nessa cloaca que estamos, no beiral das velhas e costumeiras saídas de sempre, acabei não resistindo aos dois vídeos, oriundos de uma espécies de série de vídeos curtos, envolvendo os trabalhadoras(es) da Editora Carambaia e as suas estantes, nesta quarentena.
Infelizmente não lembro o nome das almas bondosas que fizeram os vídeos de “O Caso Tuláiev” , ” Cada Um Morre Por Si” e ” Meu Pai, Minha Mãe”.
O livro do Appelfeld devo solicitar no próximo mês mas, os dois primeiros tinham, justapondo-se, um retrato fiel ao que, em parte, já estamos a viver que neste sombrio baixio das bestas.
Contudo, apesar de todo pesar pela semelhança entre ficcional x real, a gente consegue sentir nas páginas – e na pele, o poder invencível da Literatura.
Quão soberana, quão necessária !!
Aviso aos/as navegantes que conforme foi explicado no vídeo, a narrativa do Hans Fallada – o com o corpo mais volumoso imagem – é tão fluída que você não vai nem perceber que o livro possui 800 e poucas páginas. Em uma sentada você facilmente passa das 100 páginas e fica com pena de ter “gasto” 1/8 da obra.
Ao menos foi assim por aqui 😄😄😄
O livro do Victor Serge – que conhecia apenas de leituras sobre a Revolução Russa – é um livro viciante. A cada página o redemoinho de eventos vai, mais e mais, deixando tudo em uma espera conjecturante que, fatalmente, vai fazer você perder algum horário da reunião no Zoom, Teams, etc.
É incrível como as duas obras dialogam com a encruzilhada onde estamos. Talvez por isso a leitura tem sido tão impactante.
Agora é comer uns biscoitinhos de goma (só quem é baiano sabe dessas gostosuras), tomar uns goles de café e, usando algo quase semelhante aos ciclos do Pomodoro – já que uso 45 minutos, como um jogo de futebol, e a técnica não tem nenhuma relação com a nossa idolatria – adentrar os mundos que esses dois seres generosos criaram.