Parei.
Hoje, depois de sete dias após minha ida até Alagoas, nesse retorno a vida de desterrado, de mochila sempre pronta, este Sábado foi o primeiro dia só e tão somente meu.
É incrível que por causa das convenções sociais, nossas necessidades monetárias , a gente tenha tão pouco tempo para aquela solitude saudável e edificante.
E o que é que fiz, desde as três da manhã?
Ver comentários dos camelos de Nietzsche, lá no YouTube, foi uma das tarefas agradáveis. Quão humano somos… E quão inviável é esse país mermão. Encaremos essa verdade que passa diante de nossos olhos. Nossa sociedade não gosta de flores, de convívio comunitário. Gostamos do trato violento , da amálgama da desesperança e da intolerância as dessemelhanças alheias.
Cansei daquilo e fui lá, pra outra rede privada, o zapzap. Aqui , com o contato mais pertinho, com outro ser vivo, quase todos desabados ou cheirando a petróleo, não tive tinta e capacidade de respirar por mais de 30 minutos.
Fui embora, dizendo que iria correr na orla.
Eu até irei. Estou aqui nos preparativos. Mas, de vero, queria sair ali daquela prisão de conversas de botas batidas, de sonhos natimortos por seres abismais que teimam em não reconhecer que fracassaram. Que perderam a batalha que resolveram guerrear e que precisam mudar. Precisam respirar e procurar outros meios para encontrar as respostas que pretendiam alcançar, chegar perto.
Por isso e enquanto isso , vou aqui também curando minhas chagas.
Entre uma música e outra doSoundCloud, faço meu replantio, com nuvens e sonhos emoldurados no fino concreto armado, que a gente jamais pode fingir não existir.
Saravá e que eu vá devagarinho no prumo possível, sem dureza mas cozido.
E que, mais devagarinho ainda, não esqueça esse sabor dourado de pisar leve e andar que nem os cascos dos cavalos envelhecidos, no cume do gume da faca da vida vivida.
Que vento bom.