Geopolítica, esse pátio onde homens irresponsáveis sangram nossos corpos

Trazendo um pouco da estória recente da Venezuela, do Brasil e um pouco da América do Sul, segue abaixo algumas palavras, alguns links sobre a nossa breve história de sangue e sabotagem.

Ao final do texto teremos um documentário e um rizoma de textos wikipedianos que demostram, junto às breves palavras deste minúsculo texto deste blog/site, de que independentemente de Republicanos e Democratas, os governantes dos EUA fazem tudo para manter os interesses dos EUA e de suas companhias, mesmo que isso signifique derrubar governos democráticos, progressistas e que estejam desenvolvendo boas políticas públicas no local.

Como diria nossa grande pessoa pública, nossa maior filósofa, minha queridíssima Pugliesi, Foda-se a vida !!!

Complemento dizendo que podemos afirmar que os nossos mandarins com os mandarins de lá, do Norte da América do Norte gritam, dia após dia, século após século um grande Foda-se à toda a vida existente na América do Sul.

Tudo que estamos sofrendo na pele — desde esse desemprego violento, a queda da Dilma e destruição do PT enquanto força política de relevância global, a ascensão de uma extrema direita ao poder, aumento da relevância dos militares no cenário político à desmobilização da nossa empresa aqui no NNE — é, em última forma, o revés geopolítico iniciado ainda pelo Barack Obama, via Hillary Clinton, e recrudescido com a “gestão” Trump e as ações do Steve Bannon. Essa mudança, que basicamente vem dando uma maior atenção ao protagonismo dos países da América do Sul, principalmente com a Venezuela, também respingou em nós.

Apesar da Venezuela ter sido o pólo aglutinador dos governos progressistas da América do Sul, cada país tinha um viés diferente. Nesse sentido, os países mais estratégicos eram a própria Venezuela, tanto por ter iniciado essa mudança, décadas atrás, com a eleição do Hugo Chávez mas, destaca-se também o papel do Brasil, tanto pelas dimensões territoriais, recursos naturais, tamanho populacional/mercado consumidor/mão de obra barata, participação relevante no mercado internacional, etc.

A Venezuela sempre teve um caminho propio, desde os tempos do nosso “libertador” e, passando por várias agruras, por pequenos momentos de oásis político, o nosso vizinho, após Chávez alçar o poder, vem tecendo esferas de participação massiva da população mais carente nas decisões políticas. Espaços nos quais de maneira real as pessoas enxergam que são ouvidas, que sentem que suas palavras ajudam na construção de uma Venezuela melhor.

Quando o povo sente que um governo faz mais por ele do que pelas pessoas de sempre, elas defendem o governo. Elas passam a ter esse governo como uma extensão das suas casas, das suas vidas.

Além disso, diferente dos outros país dessa parte do continente, Hugo Chávez conseguiu que as Forças Armadas trouxesse para dentro dos quartéis e da cabeça de cada membro do corpo dessas instituições, um viés ideológico em prol do desenvolvimento do país e defesa dos recursos naturais.

Já tive a oportunidade de conversar com um militar venezuelano e a sensação que fica é que ele sentia -se como alguém que estava ainda no exército libertador de Simon Bolívar. A sensação é de que, nas palavras dele, ele e seus colegas de farda estavam ainda ajudando a libertar a Venezuela das “garras dos EUA“.

Em contrapartida, o Brasil, tanto pelo Pré Sal mas, principalmente, pela capacidade de articular globalmente políticas Sul Sul, como era, entre outras ações por exemplo, a criação do Banco dos BRICS — com moeda própria, com lastro baseada em moeda virtual, etc — era um país moderado mas, que tinha às rédeas folgadas demais.

Esse jeito brasileiro, de chegar chegando, de ir nos fóruns e dizer alguma coisa sempre em desalinho ao modo capacho, ao modo subserviente que é esperado dos países de desenvolvimento tardio, das antigas colônias de exploração, de ser uma espécie de Farol dos países do Sul Sul, incomodava muito.

O modelo político brasileiro, com transição democrática entre os governos FHC e LULA, bem como o viés macroeconômico de manutenção dos governos petistas das políticas mantidas pelo seu antecessor, poderiam garantir certa blindagem às ações do imperialismo dos EUA, que sempre justificam as suas ações no país vizinho, a Venezuela, como ações para fomentar a democracia em detrimento da ditadura que existe no país.

Por isso mesmo, na recente tentativa de golpe contra Maduro, impetrado por uma empresa de segurança privada americana, pode-se até ser justificado por causa desse viés em prol da democracia, contra o monstro que massacra o povo venezuelano e faz com que — segundo anedotas de gente como Bolsonaro, Paulo Guedes, Steve Bannon, Janaína Pascoal, nosso “chanceler” Ernesto Medieval, o Doria, a atual presidente da Bolívia, Witzel, o pessoal do PSTU, alguns grupos do PSOL, todos os outros seres semelhantes — esse mesmo povo tenha que comer carne de cachorro pra sobreviver.

Mas, é otário, é bocomoco e tabaréu quem acredita nesse conto do vigário. De tempos em tempos parece que gostamos de acreditar nessas pequenas histórias, verdadeiros folhetins de quinta categoria.

O mais singelo e surreal disso tudo é que esse enredo, na seara da nossa maldita crença no roteiro norte americano em prol da “democr$$$cia” — apoiados por alguns sacripantas, por gente fina e briosa como empresários de magazines, militares antipovo contra a soberania dos seus países, desempregados sonhando os sonhos da nossas medíocres elites, evangélicos anti Cristo, Católicos defensores da família mas usuários de pornografia infanto juvenil, mulheres anticomunista e antifeminista, etc — nem podem ser comparados à portentosa produção literária latinoamericana ou a produção audiovisual que temos no cinema —Argetino, Chileno, Brasileiro — ou por via das nossas amadas telenovelas — no Brasil e na Venezuela.

O que fica estampado é que a Economia é sempre a Economia, custe o que custar.

Mas, no nosso caso, tem algo psicológico, tem algo que grita em nossas massas que nem só a explicação econômica pode trazer luz ao que estamos a viver desde 2010 – 2011.

Existe algum algoz de nós mesmo, perpetrado por nós mesmos, no campo do desejo, na nossa economia libidinal. É nítido que a economia libidinal do continente vem mudando, vem querendo mais porrete, menos escolhas e um grande pai que diga o que temos que fazer. Gado em um imenso rebanho que come porcarias, reza e medita, que dorme ao brilho da tela do Netflix, que consome mil milhões de tranqueiras de gosto duvidoso… Um gado que segue a vida “feliz” e sem grandes subjetividades.

Mas, isso é conversa para outro momento… Textos gigantes não são lidos né minha filha 😘😘😘 Vamos aqui voltar ao campo da Geopolítica, esse pátio onde homens irresponsáveis sangram nossos corpos.

Tudo, no final das contas, pode ser resumido em acesso à mercados consumidores (a América do Sul possui uma população de 440 milhões de pessoas, com o Brasil tendo praticamente 50% desse contingente) acesso à mão de obra barata — e com qualificação mediana —, acesso à áreas estratégicas que os Estados Nacionais Latino-americanos ainda possuem exclusividade e que o empresariado local e, principalmente, o empresariado transnacional não tem acesso — saúde, educação, judiciário, sistema prisional — com destaque para os setores de energia, onde Venezuela, Brasil e Guiana — sim, Guiana, deixa eu soletrar GUI-ANA, que a maioria de nós nem faz ideia de que esse país faz fronteira com o nosso, também desconhecido , estado de Roraima e que vai produzir 6 Bilhões de Barris até 2025.

É por isso que Hugo Chávez é um canalha.

Evo um índio comunista.

Lula virou o ladrão de uma zorra de um Triplex meia boca em um praia horrível.

Dilma Rousseff era burra e incompetente e que gostava de dar pedaladas fiscais — provou-se mais tarde que as pedaladas nunca existiram.

Os Kirchners ladrões e assassinos de juízes.

Enfim, só para falar do golpes recentes nas nossas democracias com peso populacional considerável e com importantes recursos minerais. Isso sem esquecer do caso do golpe no Paraguai em 2012, Uruguai no qual o principal herdeiro político do Mujica foi fritado dia a dia pela mídia e nem chegou a concorrer, o caso bizarro do Lênin Moreno — o Traidor mais safado, o maior viracasaca dos últimos tempos— lá no Equador, o Perú com a Lava Jato de lá que causou o suicídio do Alan Garcia, o estado de exceção na Colombia, etc.

Poderíamos ficar horas e horas contando todas as mortes e todos os governos progressistas que o EUA saboreou sabotar aqui, nas nossas terras que eles teimam em achar — via Doutrina Monroe misturada com a maluquice “cristã” da tese do “Destino Manifesto” — que somos o quintal deles.

Peço que não confiem em mim. Por isso, pra andarem, pra pensarem — como disse a genial Arendt — Sem Corrimão , seguem alguns links:

1 – Sobre todos os golpes que os EUA participaram na América do Sul :

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Envolvimento_dos_Estados_Unidos_em_mudan%C3%A7as_de_regime

2 – Documentário sobre o Golpe Americano durante o governo do saudoso Hugo Chávez:

https://youtu.be/R-7c34tYH1c

Xero e muito Axé por aí. Inteh

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