Dia 12/06/2017 correu e decolou para o dia 10/06/2017

Acalanto, carinho, confidências, risos e mais risos, respeito mútuo… São tantos e tantos afetos que tenho receio de soar de maneira jocosa. Mas, quem é que consegue não soar assim quando o coração bate no descompasso da ventania?

Óbvio que estamos às vésperas do 12 de Junho.

Porém, mesmo que de certa maneira tudo isso perpasse o mundo do consumo e as modorrentas datas fe$tivas do comércio, vale a pena ter um momento, de silêncio e de preguiça, para que se avalize e avalie o quão importante é, para a história pessoal de cada um, o encontro com determinadas pessoas.

Deleuze, via Espinosa, gosta de chamar isso do “bom” encontro.

Fiquei horas e horas naqueles sulfurosos e idílicas pausas, daquelas bem gordas que a gente adormece acabrunhando-se na ribeira do sofá. Acordei, tomei um ártico copo de café e achei que o legal mesmo era ficar na frente do computador.

Ledo engano. Caminhar de círculos concêntricos que originou um nó górdio na minha cabaça. Meu cursor, lá pelas bandas do VIM, não arregimentou nenhuma das palavra azulada que rezei para aparacer.

Sendo assim, tragado pelo vazio, fiquei ali no algoritmo de recomendação do Youtube. Mais uma vez Deleuze apareceu 🙂 E foi assim,  neste mar de imensas sensações, que as velas de içar do meu velho saveiro acharam, uma ametista que cantarolasse  o quão generosa tem sido a experiência desse meu encontro com a Dona Iaiá.

Caso você me perguntasse por esse nome, o do Antônio Variações a mais ou menos uma semana atrás, eu não faria a menor ideia do que você estaria a falar.

Pelo bom e pelo mal que temos a boa vontade do acaso. Foi através do Filipe Catto que escutei essa delicada canção e tive a oportunidade de conhecer este espetacular artista português. 

Canção do Engate

Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta

Vem que amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada

Para a delícia ficar completa, segue a nascente dessa gratidão pela vida, pelo amor, por tudo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *